segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Policia

O sucateamento da frota de viaturas do Segundo Batalhão da Polícia Militar (2º BPM) que já chega aos seus 90%, vem se configurando como de valiosíssima importância aos que estão envolvidos com o crime organizado na cidade de Mossoró e região circunvizinha. A população está aflita e sugerindo um pouco de atenção dos que integram a alta cúpula da Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social (SESEDE). A equipe de reportagem da GAZETA DO OESTE visitou vários bairros na área urbana nas últimas 72 horas onde, oportunamente, conversou com pessoas da comunidade, pequenos comerciantes, enfim, dezenas de pessoas. Em todas, a preocupação pelo que possa acontecer num futuro não muito distante. Eles, no entanto, não exitaram em dar opiniões, comentar sobre o colapso na segurança em Mossoró e até em reclamar do abandono em que a população está relegada pelos poderes públicos, mas em nenhum momento aceitaram ter suas identidades divulgadas.

"Aqui na 'Favela do Fio', um dos locais com maior incidência de violência, estamos cansados de presenciar viaturas entrarem nas ruas para realizar diligências e, quando é de repente um policial bate a nossa porta pedindo para que a gente dê um empurrãozinho porque a viatura parou o motor e não quer funcionar. É simplesmente vergonhoso algo desta natureza acontecer na segunda maios cidade do Rio Grande do Norte", declara um morador. Denúncias a este respeito foram feitas à equipe nos bairros Santo Antônio e Barrocas I e II onde nos últimos dias o número de viaturas no serviço de patrulhamento oestensivo sofreu uma drástica diminuição, segundo a população residente naqueles locais.

A preocupação com as péssimas condições de funcionamento da frota motorizada do 2º BPM, não preocupa apenas a população, isto é, as pessoas que necessitam de ter segurança, mas também o próprio aparato policial. Alguns militares que integram guarnições de patrulhamento na cidade, foram procurados pela reportagem e explanaram o que eles, que são designados para combater o crime organizado são obrigados a passar. "Nós estamos em profunda desvantagem se nos compararmos com os bandidos e vou dizer porque: Eles usam motos novas para chegar nos lugares e matar pessoas, muitas delas inocentes e as nossas viaturas não têm como sair em perseguição a estes elementos porque as mesmas são velhas, a maioria - moto e carros - com mais de dez anos de uso. Queremos que a população entenda que nós, designados para dar segurança, mesmo em número reduzido, não temos cruzado os braços. O que existe é a falta de estrutura que os nossos governantes têm esquecido de viabilizar", disse um soldado.

A falta de estrutura em veículos para garantir a segurança à população tem submetido a polícia de Mossoró e região a passar por sérios constrangimentos, e até humilhação perante às quadrilhas que praticam assaltos em Mossoró. Para se ter um exemplo de quanto é grave a situação, no início desta semana foram apreendidas várias bicicletas que eram usadas por meliantes, provavelmente integrantes de uma mesma gangue, para praticar assaltos em áreas distintas da cidade.
"Eles deixaram de lado o uso de motos e criaram uma nova modalidade para praticar o crime, usando bicicletas. Estas por sua vez, também são roubadas", disse um policial.

O sucateamento de viaturas do 2º BPM, não se resume apenas à cidade de Mossoró. Em muitos municípios circunvizinhos a situação é semelhante.

AS PROVIDÊNCIAS — O caos instaurado na segurança pública de Mossoró que já vinha padecendo com a falta de efetivo humano e agora se agrava com a quebradeira da frota de veículos, para que seja solucionado se faz necessário a intervenção do Governo do Estado por intermédio da Sesed. Em recente encontro com o tenente-coronel Elias Cândido de Araújo, ao ser indagado a respeito da grave problemática e sobre alguma adoção de medidas que pudessem ser adotadas, ele disse - isso acerca de três meses - a região de Mossoró estava para receber uma frota de veículos novos e oportunamente anunciou que isto se daria através de uma nova sistemática de serviço. Os novos carros seriam provenientes de locadoras. Este anúncio também foi feito pelo delegado de Polícia Federal e atual titular da Sesed Agripino Oliveira. Até o momento tudo permanece no discurso.


População critica Sesed e diz ainda que ela discrimina Mossoró

Nos últimos trinta dias, pelo menos cinco viaturas da PM de Mossoró se envolveram em acidentes quando estavam em diligências. Uma delas, a da Base Comunitária do Sumaré ficou destruída ao colidir de frente com um poste na avenida Frei Miguelinho; uma semana depois foi a vez do carro responsável pelo patrulhamento na comunidade de Bom Jesus ter seu motor incendiado e recentemente, nesta sexta-feira, 29, uma outra perseguia um grupo de meliantes quando o capô abriu e a diligência foi encerrada. Isso, no entanto, é nada se for comparado com o número de veículos parados na frente de oficinas mecânicas ou borracharias em busca de algum tipo de manutenção.

DISCRIMINAÇÃO — A maioria das pessoas do povo e alguns policiais procurados pela reportagem para expor sua opinião a respeito do drástico problema, nunca assistido na região de Mossoró, vêem com tristeza a forma desprezível como a região é tratada pelos poderes públicos responsáveis por garantir a integridade física do povo, dando-lhes a garantia de ir e vir, de poder sair de casa e ter a certeza que vai retornar. "Nós somos vítimas de uma verdadeira discriminação. Isso já acontece há anos, mas agora está pior. Mossoró vive um período de extrema dificuldade no tocante à falta de estrutura na polícia em detrimento dos investimentos que o Governo do Estado e Secretaria de Segurança Pública temo colocado à disposição dos veranistas na zona sul da cidade de Natal. Nada contra, agora o que não se deve é deixar ao Deus dará de pessoas vítimas dos bandidos", disse um vendedor ambulante que teve sua casa arrombada recentemente no Planalto 13 de Maio.



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