O dia 14 de setembro é dedicado pela Igreja Católica à Exaltação da Santa Cruz para recordar a doação definitiva de Jesus Cristo por amor à humanidade. A tradição é comum em Portugal e Espanha. Em Mossoró, apesar de não haver uma programação litúrgica para esta data, o padre Carlinhos a escolheu há dois anos para a sua ordenação.
Pe. Carlinhos, que está na paróquia de Grossos, explica que tem por lema presbiterial para a sua vida sacerdotal a primeira carta de João, capítulo 4, versículo 18: "No amor não há temor", que ilustra perfeitamente o ato de Jesus Cristo, que derramou seu sangue na cruz e se glorificou.
Para os cristãos, a cruz de Jesus é um mistério de Deus, e uma manifestação do seu amor incondicional pela humanidade de todos os tempos. A cruz é o maior símbolo dessa fé. Quando olha para a cruz, o cristão recorda o mistério do sacrifício de Cristo, do Cristo que venceu a morte. Ela é o símbolo universal do cristão, a marca, o sinal de identidade. A cruz é também o primeiro sinal apresentado na cerimônia do batismo, quando o sinal da cruz é traçado na fronte pelo padre, os pais e padrinhos.
Mas por que exatamente o dia 14 de setembro? Segundo a História, o imperador Constantino mandou construir duas basílicas em Jerusalém: uma no monte Gólgota, e outra no Santo Sepulcro. A consagração das duas igrejas se deu no dia 13 de setembro do ano 335 dC. Mas no dia seguinte, 14 de setembro, o imperador Constantino fez questão de deixar bem claro para o povo da cidade o significado profundo das duas basílicas, mostrando um pedaço da madeira que restara da cruz em que Cristo havia sido sacrificado. Daqui nasceu a celebração deste acontecimento, dia 14 de setembro, que ainda existia em Roma no século VII. Para a Igreja este é o dia do Triunfo da Santa Cruz.
Através do tempo a cruz é ícone universal
A figura da cruz é também um ícone universal e de significados diversificados. Assim, a imagem das duas linhas retas que se cruzam tem inúmeras variações, que assumem significados religioso, místico, esotérico e/ou ícones simbólicos. Antes dos cristãos, os povos egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e até os índios americanos a usavam. Os eixos vertical e horizontal em geral representam lados e forças opostas, como o masculino e o feminino, vida e morte, o mundo celestial e o terreno, onde a linha vertical representaria o divino e a horizontal o mundano. E é através da união dessas forças antagônicas que aconteceria o equilíbrio perfeito. A cruz também simboliza uma divisão do mundo em quatro elementos, ou pontos cardeais. Entretanto, nas culturas romana e gótica este símbolo geralmente representa tortura ou angústia.Em Roma muito antes da morte de Cristo, já era uma das formas de condenação à morte.
Exemplos de cruzes famosas
Cruz simples: Em sua forma básica a cruz é o símbolo perfeito da união dos opostos, mantendo seus quatro "braços" com proporções iguais. Alguns estudiosos denominam esta como Cruz Grega.
Cruz Gamada (Suástica): Representa a energia do cosmo em movimento, devido aos dois sentidos distinto. No século passado, adquiriu má reputação ao ser associada ao movimento nazista.
Cruz de Malta: Emblema dos Cavaleiros de São João, que foram levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de suas oito pontas, representando as forças centrípetas do espírito.
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