O Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa na semana passada em que foi constatado que entre os anos de 1997 e 2006, o número de partos prematuros cresceu cerca de 27% no Brasil, apesar do número de partos em geral ter crescido apenas 6,7% no mesmo período. Em Mossoró, só nos primeiros cinco meses deste ano, 193 bebês nasceram antes do tempo.
O Ministério da Saúde vai aprofundar esta pesquisa para identificar os motivos desse fenômeno, mas credita o fato, a princípio, ao crescimento das cirurgias cesarianas. Em Mossoró, de acordo com informações fornecidas pela assistente social da Maternidade Almeida Castro, Lívia Alves, o número de partos prematuros também cresceu, mas o fato não pode ser relacionado ao número de cesarianas.
Até o mês de maio deste ano, seguindo os registros da maternidade, foram confirmados 193 casos de nascimentos prematuros. O que representa uma média de 38,5 nascimentos por mês, ocasionados por problemas gestacionais.
Lívia Alves informa que a maioria dos casos prematuros que acontecem na maternidade é decorrente de gravidez de risco, geralmente de meninas muito jovens que engravidam sem estar com o corpo completamente formado, e quando as mulheres não fazem o pré-natal corretamente, falta de cuidados com a saúde da mãe e até falta de informação.
Quanto às cesarianas, ela afirmou que o hospital não permite que cesarianas sejam feitas sem justificativa cabível. "Essas cirurgias só são permitidas quando é confirmado que o parto pode colocar em risco a vida da mãe ou do bebê", frisou.
Já o Ministério da Saúde suspeita que este crescimento verificado em todos os estados deva-se à popularização das cirurgias cesarianas, que dão às mães a oportunidade de escolher o dia do nascimento do bebê, não sendo obrigatório que ela esteja efetivamente em trabalho de parto.
Por isso, a próxima etapa da pesquisa a ser realizada na região Sul do país será feita com 14 mil crianças que nasceram prematuramente, para tentar identificar qual fator do processo de parto foi acelerado e quais as consequências disso para o seu desenvolvimento. Segundo o MS, questões como poluição, estresse, violência social ou doméstica e infecções são alguns dos fatores que podem desencadear a realização de partos antes do período necessário à formação do bebê.
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