segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

POLICIA

Ex-cabo vai doar parte de indenização

CAICÓ - Com a quantia de R$ 93 mil - o equivalente a 200 salários mínimos - que foi indenizado pela União, por conta das torturas sofridas em um quartel do exercito desta cidade, o motorista Alysson Brilhante Duarte, 27 anos, que trabalha numa empresa prestadora de serviços a Petrobras, em Mossoró, vai comprar imóvel e fazer e a outra parte do dinheiro fazer doação a uma entidade filantrópica, segundo ele declarou em entrevista ao blog F. Gomes.

A decisão foi do Juiz Federal Antônio José de Carvalho Araújo, da 8ª Vara Federal do Estado potiguar.

Ainda de acordo com o ex-cabo das forças armadas, é intenção dele acionar judicialmente o sargento Batista, que teria sido quem comandou a tortura no ano de 2002, na sede do 1 Batalhão de Engenharia de Construção, onde foi espancado com um cacetete de borracha. O ex-militar relata ainda que as marcas do sofrimento ainda não saíram de sua mente e sempre que passa em frente a uma instituição militar, logo lhe vem na mente os momentos de sofrimento a que foi exposto. Ele garante também jamais querer saber de ver um filho seu nas fileiras do exercito onde, "só tem vez, sargentos e oficiais".

No ano de 2002, tão logo ingressou no Exercito Brasileiro, Allysson Brilhante disse que a primeira tarefa a ele incumbida pelos superiores foi a de fazer a faxina e depois uma série de flexões. Denuncia o ex-militar que enquanto procurava fazer o serviços e os 'exercicios' um sargento iniciou a sessão de tortura. Não só ele mas todos os seus colegas de equipe eram agredidos com cacetetes na região lombar. "Eu cheguei urinar sangue", disse o autor da denuncia que após quatro anos conseguiu ser dispensado.

A ação impetrada contra a União por Alllysson Brilhante, foi julgada pelo juiz Antonio José de Carvalho Araujo, da 8 Vara federal do Estado do Rio Grande do Norte. Segundo ele, a vítima foi exposta a "grande sofrimento psíquico e foi submetida a tortura diante de seus companheiros, além de ter sido vítima de perseguições e humilhações. O magistrado argumenta ainda que "O Exército Brasileiro faz parte do serviço público e sua estrutura é custeada pelos cofres públicos. Assim, suas ações e atitudes, em um Estado Democrático de Direito, devem se pautar pela prestação de contas aos cidadãos brasileiros. Não se pode aceitar qualquer ação que desvirtue a publicidade que todos esperam e muito menos que se transformem as Forças Armadas em verdadeiras 'Caixas de Pandora'",

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